Perda de seu Ilustre Conselheiro: Antonio Augusto Fagundes

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A Casa do Alegrete Lamenta a Perda de seu Ilustre Conselheiro: Antonio Augusto Fagundes:

Aos 80 anos de idade deixa-nos o famoso e insuperável alegretense NICO FAGUNDES, Conselheiro Titular do Conselho Deliberativo da Casa do Alegrete. 

Filho de Euclides Fagundes e Florentina da Silva Fagundes, formado em   Direito, pós-graduado em  História  do Rio Grande do Sul e mestre em  Antropologia Social. Todos os seus cursos foram realizados na Universidade Federal do Rio Grande do Sul(UFRGS). Pessoa reconhecida na  Cultura Gaúcha,  profundo conhecedor da nossa história,  premiado incontáveis vezes como poeta, novelista, compositor, autor e ator de teatro, televisão e cinema. Um dos expoentes da Cultura Tradicionalista do Rio Grande do Sul. Respeitado pelo seu magnífico trabalho como estudioso da alma e das tradições gaúchas.

Conterrâneo que enobrece e dignifica a  nossa terra do Alegrete deixa um legado de criações, composições, atuações e exemplos para todas as gerações. E um vazio e saudade que somente poderemos  preencher pelo culto à sua memória e à sua obra.

Nico começou a carreira jornalística em 1950, aos 16 anos, no jornal “A Gazeta de Alegrete”, o mais antigo do Rio Grande do Sul, nas funções de cronista e repórter. No mesmo período começou a atuar na Rádio ZYE9 — Rádio Alegrete, apresentando programas humorísticos e gauchescos. Foi secretário dos Cadernos do Extremo Sul, publicações que sob a direção de Helio Ricciardi, lançou diversos poetas da cidade de Alegrete.

Em 1954, mudou-se para Porto Alegre, ingressando em seguida, por intermédio do poeta Lauro Rodrigues, no “35”, Centro de Tradições Gaúchas, o CTG. No mesmo ano, tornou-se redator do Jornal “A Hora”, no qual atuou durante muitos anos com a página “Regionalismo e Tradição”. Em 1955, passou a fazer parte do Instituto de Tradições e Folclore da Divisão de Cultura do Estado. Durante oito anos fez formação em folclorismo, especializando-se em Cultura Afro-gaúcha.

Tornou-se professor de danças folclóricas e literatura gauchesca no Instituto de Tradições e Folclore. Viajou para a Europa como sapateador do Grupo Gaudérios, morando em Paris por quatro meses. Iniciou pesquisas de indumentária gaúcha, tornando-se a maior autoridade sobre o assunto no Rio Grande do Sul.

Foi contratado pela TV Piratini para atuar como ator. Foi um dos fundadores do Conjunto de Folclore Internacional, batizado de “Os Gaúchos”, e do qual foi diretor durante 15 anos. Fundou, no Instituto de Tradições e Folclore, a Escola Gaúcha de Folclore, de nível superior, que funcionou durante seis anos. Atuou como titular nas cadeiras de danças folclóricas e indumentária gaúcha. Foi diretor da escola durante seis anos.

No início da década de 1960, conquistou o primeiro lugar em concurso literário promovido pelo Instituto Estadual do Livro, com a obra “Destino de Tal”. Pouco depois passou a trabalhar na TV Tupi. Viajou para Espanha e França, com o conjunto de folclore internacional “Os Gaúchos”, tendo recebido diversos prêmios em festivais de dança folclórica. Escreveu o roteiro do filme “Para Pedro”. Atuou como ator, assistente de direção e consultor de costumes do filme “Ana Terra”.

Escreveu o roteiro, dirigiu e trabalhou como ator no filme “Negrinho do Pastoreio”, com Grande Otelo. Atuou ainda como ator no filme “O Grande Rodeio”, o qual também produziu e dirigiu. Em 1976, ingressou na Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore. Em 1982, passou a apresentar o programa “Galpão Crioulo”, na RBS TV.

Em 1984, passou a apresentar o mesmo programa na Rádio Gaúcha. No mesmo ano voltou a atuar no jornalismo, escrevendo no Zero Hora. Em 1998, comandou em Paris, a apresentação do Grupo “Os Gaúchos”. No mesmo ano escreveu a peça teatral “A Proclamação da República Rio-grandense”.

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Ao longo de sua carreira recebeu diversos prêmios, entre os quais, Prêmio Copa Festivales de España, Medalha de Bronze da Televisão Mundial pelo programa “Galpão Crioulo”( que comandou por mais de três décadas) e o Troféu Guri da Rádio Gaúcha. Recebeu inúmeros prêmios em poesia, canções gauchescas, declamações, danças folclóricas e teses. É autor de mais de 100 músicas, entre as quais, “O canto Alegretense”, canção consagrada pela exaltação e amor à Terra do Alegrete e um dos hinos da música regionalista que  há mais de 30 anos povoa a geografia poética e musical do povo gaúcho, como  um Hino de veneração  e amor a nossa terra, que projetou o nome do Alegrete, tornando-o conhecido em todas  as querências do Rio Grande e os rincões mais longinquos do Brasil, tendo surgido  com a modesta pretensão de ser “gauchesco e brasileiro” e ganhou dimensões de universalidade. Foi concebido pela inspiração poética do Nico e o talento musical do Bagre, irmãos de sangue e de sentimento, embriagados de paixão pelo Alegrete. O Canto Alegretense, nestes mais de  30 anos, apossou-se da alma dos gaúchos e tomou para si, o coração dos brasileiros.

NICO FAGUNDES muda de pouso. Vai alegrar enriquecer e dignificar a vida em outro plano  e fazer felizes outros que, como nós, muito apreciarão seu convívio, sua inteligência, inspiração, talento, musicalidade, simpatia e sentimentalismo. Fica aqui o  nosso respeito, carinho e saudade eterna dos conterrâneos com muita admiração.

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